
O abraço da Rainha
Paola Bracho era uma jovem camponesa, a mais bela camponesa daquelas Terras, seu único defeito sempre fora a ambição. Não bastava a ela andar por aqueles campos floridos e colher as mais belas flores que seus pretendentes ousavam comparar a sua beleza, Paola queria mais, não lhe bastava a beleza, não lhe bastava os camponeses a seus pés e tampouco a humildade de sua família. Paola sonhava com outro mundo, com jóias, com tecidos finos, com elogios caros, com etiqueta peculiar. Paola nascera para a realeza, e não demorou muito a alcançar seu objetivo.
Certo dia a bela finalmente resolveu correr atrás de seu objetivo, por intermédio de um admirador conseguiu um convite a um Baile de Gala na corte, o vestido pegara emprestado de uma costureira que estava a termina-lo para uma burguesa, mas que boa mulher resistiria aqueles olhos verdes de Paola que lhe imploraram pelo vestido, para ter seu “Dia de Princesa”...Paola as vezes não sabia do que era capaz, e nem mesmo que naquele dia mais que Princesa, seria Rainha.
Foi ao baile, arrumou um cocheiro que também era outro admirador de sua incontestável beleza para leva-la e fingir ser ela alguém de valor.Chegou ao baile em um resplandecente vestido de cor vermelha, acentuava sua palidez, e suas sardas ao colo nu, elevado pelo vestido, que desvia solto, rodado as pernas, os cabelos semi presos e semi soltos recaiam aos ombros até a cintura.
E, “...quando entrou ao salão, foi a dama que roubou toda a atenção....” Recitava um trovador que andava por lá.
E de toda a atenção, roubou a de Cond Martinn Bracho e não somente a atenção mas também a alma, fora isto que o Giovanni disse quando perdeu-se de encanto pela camponesa que ele julgava ser uma nova Dama da Corte, que certamente herdara alguma fortuna para estar ali naquele local e vestida daquele modo.
Ele a chamou para a dança, e nunca ela fora tão sedutora em toda sua vida, aquele homem era o caminho para sua ambição renegada, e após a dança ele a chamou para sua carruagem, e de lá para seu quarto, e Paola nunca provou sensação igual, pela primeira vez na vida teve prazer, um prazer absoluto que nenhum de seus admiradores campestres foi capaz de lhe dar, e dizia o Cond:
“Seus olhos me contam seus desejos, Paola, por mais que saiba que dar eles a ti é como entregar minha alma ao demônio para que a consuma, nada mais posso faze-la do que da-la a ti..Minha Paola...”
Foi a primeira vez que Paola conheceu o grau de sua própria ambição, sabia que finalmente conseguiria ser quem sempre quis e ir além cada vez mais longe, após o abraço do Giovanni, a experiência de vida e morte, e morte e vida. Paola renasceu, e agora sim, as jóias, as roupas, a etiqueta, a classe. Tudo veio junto da união religiosa com o Giovanni, ele fez questão de “prender” logo sua Paola em laços matrimonias, e Paola sabia como fazer um homem feliz e como faze-lo doente também, e foi o que fez ao Cond, com seus joguetes de sedução e desprezo, fez bem o Giovanni adoecer, adoecer sem sua alma, e partir, partir para sempre, e deixa-la ali, só com sua ambição. O luto durou um dia, um dia que a bela desfilou em trajes pretos chorando a partida de seu Belo Cond.
Dizem as más línguas e as boas também, que um dia após Paola Já desfilava com seu novo companheiro, Daniel Bracho, ela já o fazia seu e já lhe dava o mesmo nome que apanhara do Conde, Bracho, dividia com Daniel todo seu poder e ambição, pobre Conde deixara tudo a sua amada que agora dividia com seu amante. Que contraste.
Depois do doce Daniel, veio o incomensurável Pablo, que diziam que ela havia abraçado devido a classe o status que eram únicos, era tão cobiçado quando Francesco, o grande sedutor que veio em seguida e dizem que este finalmente conhecera uma mulher capaz de coloca-lo nos eixos, e por fim, bom dizem que é o ultimo, o caçula Dieguito, o anjo de candura de Paola. E vá criticar os quatro abraços da mulher que hoje já se tornou Justicar, vá criticar as decisões de Paola, ou fazer alusão a sua ambição, eis que ela há de faze-lo conhecer o demônio, em sua ambição, em suas decisões, e em suas crias, ninguém há de tocar, do resto? Carpe Diem!...