Perfil

Sistema: Storyteller
Ambiência: França-1786
Tipo: Dark Ages
Sinopse: Trata-se da Camarilla Francesa
E das Crônicas que rondam as familias
de Cainitas da Época. Os interesses
as ambições, amores e ódios.

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3:00 PM

Capitulo um: O abraço


Há muitos e muitos tempos atrás, quando as brumas tomavam parte de todo o País de Gales e da Irlanda do Norte, Quando as lendas sobre Avalon ainda enalteciam os jovens que sonhavam com os romances de Camelot. Quando a voz da rainha ainda reinava soberana, um jovem era conhecido por seu talento musical, pelo dom de extrair as mais belas melodias de um Stratovarius que ganhou quando criança. Vincent Lawrence Lampardd. Dono de uma beleza incontestável. Um dorso de marfim, era assim que as belas bocas das damas da corte sussurravam emberbes e timidamente quando ouviam falar das apresentações do jovem poeta. Sim.. Vincent tinha o dom da escrita, o mesmo que algumas vezes segue alinhado ao dom da fala. A voz quase sempre rouca e morna aprazia os ouvidos aos quais ele resolvesse sussurrar pequenas e doces palavras. Vincent era notívago. Um boêmio e bom vivant como assim o são quase todos os poetas, artistas de talento. Vivia da noite e para noite em esbórnias, cabarets, entregue aos prazeres carnais, de damas solteiras ou não que lhe ensinavam os mistérios que rondam a alma feminina. E um jovem assim não poderia passar despercebido aos olhos que buscam companhias. Que buscam crias. E assim, numa quente noite de verão, onde a companhia de Vince fora solicitada para abrilhantar os salões da Condessa du Blanchet, os olhos de Vince se perderam nos negros daquele que mais tarde seria seu algoz. Ele jamais soube explicar oq ue o fez quase parar de tocar o stratovarius ao perceber a presença do Conde Armand Vladmir Tsepesh. O homem de longos e densos cabelos de um negro tão intenso quanto o veu da noite que se abatia sobre a cidade em julho de 1590 o observava como se pudesse suga-lo para si a qualquer momento. e Vincent jamais havia visto um homem daquela forma. Como se seu ser fosse puxado para ele a todo instante, e num momento não havia, para si, mais ninguem naquele salão.. não havia mais a doce voz da condessa que com certeza o esperaria em seu leito aquela noite, nem mesmo a voz das belas damas da corte, nada. Apenas o olhar daquele homem que o puxava. E assim ele fez. A condessa os apresentou, talvez alimentando seus sonhos libidinosos, para ter dois semi deuses em sua cama a praticar atos luxuriosos. Mas naquela noite não haveria deleite para a palida e bela mulher.

- Vincent, quero lhe apresentar o Conde Tsepesh.. - A voz da Condessa era tão suave quanto suas próprias expressões. - Ele estava a comentar-me a beleza com que tocas, o som exuberante que extrai do seu violino.

Vincent corava e era um absurdo para ele este fato. Corar com um elogio masculino. Desejar que pela primeira vez a imagem da Condessa não estivesse entre a imagem dele e a daquele homem. Não era um desejo sexual, mas uma necessidade do corpo inteiro, da alma, de apenas restarem no mundo ele e o seu novo conhecido, Conde Tsepesh.

- É uma honra, conhece-lo Milord. - ele fazia uma curta reverencia, talvez na intenção de esconder do conde seu jovem e corado rosto - E regorgiza-me a alma em saber que aprecias a musica que toco.

- A honra se torna nossa então, Milord Lampardd.. - e Armand lhe devolvia o mesmo cumprimento cortez, sem entretanto desviar os olhos negros dos esmeralda de Vincent.

E naquele momento, naquele cruzar de olhares, naquela reverência que não se desviavam, Vince perdeu-se. Perdeu a alma, perdeu a vida e a vontade. Passaram a ser todos de Armand. Não tardou a sairem daquela casa e caminhar entre os bosques. Não tardou a rirem das historias contadas um pelo outro. Não tardou a descobrirem que havia muito a aprender um com o outro. Não tardou a Vince amar Armand. Não como um homem amaria uma mulher, mas como algo de que se necessita para viver. Não tardou a Armand desejar imensamente o vitae que Vince possuia e durante uma das muitas caminhadas que tiveram, um de tantos passeios entre os bosques dos parques da irlanda, entre as flores que Vincent tinha paixão, Armand o abraçar. O tomar para si, sugando num abraço que de inicio Vince assustou-se. Era um contato masculino, algo ao qual ele não estava habituado e não entendia pq não cnseguia sair do abraço daquele homem, nem dos labios frios que lhe tomaram a pele do pescoço. A dor. A dor que vinha firme e prazeirosa junto a sensação de que sua vida se esvaia pelos orificios abertos pelos caninos de Armand em seu pescoço. Quis gritar para afastá-lo, mas o grito saia aliado a um prazer descomunal. O prazer de estar se tornando uno com seu grande amigo. O prazer da vida que se esvai. Sentiu o corpo cair ao chão e em seguida tudo pareceu tão frio. Já não tinha mais a beleza do beijo que lhe deixara torpe. Os olhos outrora vivazes e verdes tinham agora um tom escuro e opaco, quando se encontrou na grama, e pode passar os dedos pelos filetes de sangue que lhe escorriam do pescoço.. incrédulo.. era essa a palavra. O que estava fazendo ali naquele bosque? Pq não tinha mais forças para levantar-se? Pq se sentia tão fraco e sangrava? Conseguiu focar Armand sentado num tronco proximo a ele. Os olhos vermelhos de Armand, tão rubros como as rosas sangue que ele cultivava em sua pequena estufa em casa. E os dentes.. os dentes saltados ainda sujos com o sangue de Vince.. Alucinação? Estava prestes a morrer e com isso tinha ilusões macabras daqueles seres que nunca acreditara?

- Eu te darei o direito da escolha meu bom amigo... - A voz de Armand, a mesma voz que tantas vezes lhe enebriou a alma em conversas sobre poesias, musicas, teatro... agora lhe falava docemente como um carrasco. - Darei-te a chance de escolher acabar com o sofrimento que eu em pesar lhe causei.. por desejar-te demais a ponto de perder-lhe um dia por não possuir a imortalidade. Por saber que um dia deixarias de ser meu... E sucumbir a uma morte eminente... ou juntar-se a mim na eternidade. E deixar-me servir o sangue do meu sangue. O Sangue que lhe trará uma nova vida, com novas cores, novos sons. A chance de ser um nome na historia.. de não se preocupar em um dia perder sua juventude e beleza, meu adonis de marfim. A chance de conhecer as mais vastas culturas durante os séculos que se seguirão. A chance de estar comigo para toda a vida. E eu te mostraria o mundo inteiro.

- Armand.. eu.. - a voz trêmula e agora fraca quase não consegua desvencilhar-se dos labios agora tão frios quase tão frios quanto os lábios que há pouco tocaram sua pele e lhe tiraram o vitae. - o que está acontecendo? - escutara cada palavra que ele dizia. Escolher entre morrer ou viver como ele.. ser um dele.. um desses seres que bebem sangue? Que se alimentam de vida... Mas estar perto dele para todo o sempre e era isso que sua alma lhe pedia naquele momento, nem lhe importava o que aconteceria depois. - Eu escolho.. escolho você..

Armand sorria. Sabia que não haveria outra escolha ao jovem rapaz e descia da árvore aproximando-se, dobrando a manga da casaca e da camisa, expondo o punho, e ele estava tão corado agora, como Vince jamais tinha percebido aquele tom morno da pele de Armand? Viu que ele rasgava o punho com as presas e logo sentiu o pingar do sangue em seus lábios. Quente.. quente e desesperadamente necessário. Entreabriu os lábios deixando que o sangue respingasse pela garganta.. e a necessidade de grudar os labios no punho ali exposto foi tamanha, ele ergueu o corpo alcançando o punho ofertado, sugava.. sugava com enorme fome, enorme ânsia. Sentindo o sangue que voltava a seu corpo, tendo quase a certeza de que posia escutar o bater do coração de Armand alcançando o bater do seu coração.

- Calma.. devagar Vincent.. - Armand lhe acariciava os cabelos castanhos e anelados, num afago fraternal, num abraço de uma mãe que alimenta o filhote.

Vince não escutava. O corpo.. a alma pediam aquele sangue mais do que qualquer outra coisa e ele deixou que o bater dos corações se igualassem naquele momento.. antes de ser empurrado por Armand, que estava prestes a agonia da diablerização.

- Chega Vincent! - O vampiro erguia-se do chão.. estava cansado.. deixou o corpo repousar ao tronco de um carvalho enquanto observava as expressões de Vincent... que começava a demonstrar sinais de dor. - Seu corpo está parando de funcionar. Por isso a dor. Está morrendo.. - sussurrava deixando o corpo repousado ao tronco.

Vincent pensou em perguntar-lhe como? Pq estava morrendo se havia desejado ser como ele.. Porque Armand lhe havia mentido daquela forma, e o enganado, mas não teve tempo os espasmos continuaram e foi sentindo cada órgão parar de responder ao corpo. Os musculos a entrarem em rigor pos mortis, as articulações a não mais responderem. O respirar que começava a lhe faltar.. os olhos arregalavam-se em direção a Armand.. e o vampiro pode ver a conclusão de seu ato que vinha com o dilatar das pupilas e o coração qeu parava de bater.

- Precisa morrer em vida.. para viver na morte, Vincent.. - Ele esperava alguns minutos antes que o corpo inerte de Vincet começasse a dar sinais de movimentos novamente. - Contemple o mundo com meus olhos, meu amado Vincent. Contemple o mundo com os olhos de um morto.



Contado pela Camarilla Francesa