Perfil

Sistema: Storyteller
Ambiência: França-1786
Tipo: Dark Ages
Sinopse: Trata-se da Camarilla Francesa
E das Crônicas que rondam as familias
de Cainitas da Época. Os interesses
as ambições, amores e ódios.

Blogs Amigos

Blog Do Bruno!

Links

Cry Wolf - You Lie, you die
Basic Instinct II
The Blesseds
Devil May Cry
Pulp Underworld
Cruel Intentions
Cruel Intentions II
Letal Kiss
O Diário de Pio e Angie
A Anatomia de um crime
A família Olsen
O Diário de Dorian Gray
R.I.G. Suicidio ou Assassinato?
Lost

Vale a pena ver

Tyr Quentalë
Keyra, uma Watcher
Contos da Floresta Negra
Outras Histórias
Noites Eternas
Sins
White Nights
Alice Lupin

Direitos Autorais: © Todos os
direitos são reservados. Os
direitos autorais são protegidos
pela Lei nº 9.610 de 19/2/98.
Violá-los é crime estabelecido
pelo Artigo 184 do Código Penal
Brasileiro. Se você quiser copiar,
não esqueça de divulgar a
autoria.

Archives






2:05 PM

O abraço da Rainha

Paola Bracho era uma jovem camponesa, a mais bela camponesa daquelas Terras, seu único defeito sempre fora a ambição. Não bastava a ela andar por aqueles campos floridos e colher as mais belas flores que seus pretendentes ousavam comparar a sua beleza, Paola queria mais, não lhe bastava a beleza, não lhe bastava os camponeses a seus pés e tampouco a humildade de sua família. Paola sonhava com outro mundo, com jóias, com tecidos finos, com elogios caros, com etiqueta peculiar. Paola nascera para a realeza, e não demorou muito a alcançar seu objetivo.
Certo dia a bela finalmente resolveu correr atrás de seu objetivo, por intermédio de um admirador conseguiu um convite a um Baile de Gala na corte, o vestido pegara emprestado de uma costureira que estava a termina-lo para uma burguesa, mas que boa mulher resistiria aqueles olhos verdes de Paola que lhe imploraram pelo vestido, para ter seu “Dia de Princesa”...Paola as vezes não sabia do que era capaz, e nem mesmo que naquele dia mais que Princesa, seria Rainha.
Foi ao baile, arrumou um cocheiro que também era outro admirador de sua incontestável beleza para leva-la e fingir ser ela alguém de valor.Chegou ao baile em um resplandecente vestido de cor vermelha, acentuava sua palidez, e suas sardas ao colo nu, elevado pelo vestido, que desvia solto, rodado as pernas, os cabelos semi presos e semi soltos recaiam aos ombros até a cintura.
E, “...quando entrou ao salão, foi a dama que roubou toda a atenção....” Recitava um trovador que andava por lá.
E de toda a atenção, roubou a de Cond Martinn Bracho e não somente a atenção mas também a alma, fora isto que o Giovanni disse quando perdeu-se de encanto pela camponesa que ele julgava ser uma nova Dama da Corte, que certamente herdara alguma fortuna para estar ali naquele local e vestida daquele modo.
Ele a chamou para a dança, e nunca ela fora tão sedutora em toda sua vida, aquele homem era o caminho para sua ambição renegada, e após a dança ele a chamou para sua carruagem, e de lá para seu quarto, e Paola nunca provou sensação igual, pela primeira vez na vida teve prazer, um prazer absoluto que nenhum de seus admiradores campestres foi capaz de lhe dar, e dizia o Cond:

“Seus olhos me contam seus desejos, Paola, por mais que saiba que dar eles a ti é como entregar minha alma ao demônio para que a consuma, nada mais posso faze-la do que da-la a ti..Minha Paola...”

Foi a primeira vez que Paola conheceu o grau de sua própria ambição, sabia que finalmente conseguiria ser quem sempre quis e ir além cada vez mais longe, após o abraço do Giovanni, a experiência de vida e morte, e morte e vida. Paola renasceu, e agora sim, as jóias, as roupas, a etiqueta, a classe. Tudo veio junto da união religiosa com o Giovanni, ele fez questão de “prender” logo sua Paola em laços matrimonias, e Paola sabia como fazer um homem feliz e como faze-lo doente também, e foi o que fez ao Cond, com seus joguetes de sedução e desprezo, fez bem o Giovanni adoecer, adoecer sem sua alma, e partir, partir para sempre, e deixa-la ali, só com sua ambição. O luto durou um dia, um dia que a bela desfilou em trajes pretos chorando a partida de seu Belo Cond.
Dizem as más línguas e as boas também, que um dia após Paola Já desfilava com seu novo companheiro, Daniel Bracho, ela já o fazia seu e já lhe dava o mesmo nome que apanhara do Conde, Bracho, dividia com Daniel todo seu poder e ambição, pobre Conde deixara tudo a sua amada que agora dividia com seu amante. Que contraste.
Depois do doce Daniel, veio o incomensurável Pablo, que diziam que ela havia abraçado devido a classe o status que eram únicos, era tão cobiçado quando Francesco, o grande sedutor que veio em seguida e dizem que este finalmente conhecera uma mulher capaz de coloca-lo nos eixos, e por fim, bom dizem que é o ultimo, o caçula Dieguito, o anjo de candura de Paola. E vá criticar os quatro abraços da mulher que hoje já se tornou Justicar, vá criticar as decisões de Paola, ou fazer alusão a sua ambição, eis que ela há de faze-lo conhecer o demônio, em sua ambição, em suas decisões, e em suas crias, ninguém há de tocar, do resto? Carpe Diem!...


Contado pela Camarilla Francesa

2:15 PM

Os olhos negros iam calmos à janela do Castelo em Marseille. A noite já havia tomado o céu a beira mar e a expressão plácida e pálida de Mademoiselle Vallerie Debois mantinha-se inalterada, talvez presa a algum ponto brilhante que reluzia no céu da França naquela noite. O Vestido longo em um tom Azul turquesa ressaltavam ainda mais os longos cabelos negros que lhe eram presos num coque e deixavam algumas mexas caírem de uma maneira displicentemente proposital sobre o rosto e sobre a nuca. Vallerie lembraria em muito um quadro recém pintado por um pintor renascentista. O rosto de traços delicados que trazia consigo um quê da misteriosa aura daquela mulher, ajudavam a compor o belo corpo acentuado com uma cintura tão fina e delicada. Baixou os olhos por alguns instantes como que acometida por algum pensamento, e Vallerie sempre se podava a este tipo de situação. Não gostava de lembrar de passados. Passados deveriam ser apagados desde quando começou a aceitar seu presente séculos atrás. Mas aquele fato.. aquele único fato jamais lhe saiu da mente, nem mesmo em sua pós morte. Era como se pudesse sentir os aromas.. o cheiro da chama a crepitar, o grito das pessoas desesperadas.
- Matem! Matem a bruxa!!!
E eles corriam atrás de uma jovem camponesa que havia usado o que sabia, o que lhe fora ensinado por sua avó.. por sua mãe, o trato com ervas medicinais, para ajudar um garotinho na vila onde morava, em Dijon. E aquelas pessoas brutas e ignorantes esqueciam que ela era uma cria daquela cidadezinha decrépta e a perseguiam por todas as vielas que pode entrar ao tentar fugir.
- Vamos queimá-la!!! Peguem a bruxa!!!
E aquelas pessoas não desistiam. Corriam como se para sua própria sobrevivência medíocre e Vallerie sentia o vestido rasgar por entre os becos, sentia os cabelos ao próprio rosto, o vento frio que lhe cortava a pele quente e delicada. O mesmo vento que tocava seu rosto austero agora, mas que já não lhe machucava a pele agora tão fria quanto o próprio vento. Meneava a cabeça lentamente como que para afastar aquela maldita imagem que não lhe saíra da mente em nenhum momento e as mãos delicadas iam até o beiral da alta janela. Os olhos negros podiam vislumbrar a violência do chocar-se das ondas sobre as rochas no mar tão perto. E junto com o quebrar das ondas vinha a queda que levava ao correr em um beco sem saída. Vinha o sentir das delicadas mãos conhecedoras das plantas a arranhar e ferir-se no chão áspero daquele beco, vinha o marejar dos olhos quando se erguia novamente para ver aquela multidão enfurecida a voltar-se contra ela. Olhos de pessoas que a viram crescer e que agora pareciam ver o próprio demônio diante de si..
- Esperem! Não sou uma bruxa!! Deixem-me em paz!!!
Eles não a escutavam, avançavam contra ela. A voz começava a lhe faltar, a sair trôpega entre o choro que era corajosamente contido em sua garganta. E mal teve tempo de falar, de implorar por sua vida, sentia o calor da chama da tocha que era desferida contra ela, que a acertaria em cheio e com certeza deformaria o belo rosto se não fosse contida por uma mão alva e forte. Que segurava a tocha e de costas para ela parecia espantar todos aqueles estúpidos camponeses.
- Deixem-na em paz, covardes! – A voz que se proferia daquele homem de casaca negra parecia-se com um trovão que irrompia no céu. – Querem queimar alguém? Queimem a santa consciência medíocre de vocês.. Queimem sua hipocrisia. Esta mulher salvou a criança e é assim que retribuem? Amedrontando-a e machucando-a?
Vallerie mantinha-se imóvel. Quem era aquele homem que tinha partido em seu socorro e enfrentava agora mais de 30 pessoas em defesa de sua vida?
- Monsieur.. peço que não tomes meu partido, antes que eles acabem por machuca-lo. – Murmurava com voz trêmula, buscando uma coragem que julgava não mais possuir – Ajudei-os se é este o meu destino, que se cumpra, mas que não mais se derrube sangue inocente além do meu. Meu bom senhor.. Deixai que cumpram o que querem cumprir..
O homem parecia render-se num sorriso e por detrás de seus ombros quando ele puxava a tocha da mão do homem que atingiria Vallerie e só poderia ser por um milagre dos céus, aquelas pessoas corriam todas, deixavam que as tochas, as foices lhes caíssem das mãos e corriam desesperadamente para longe daquele beco, gritando que era o demônio, era o demônio, que ela havia invocado um demônio. Que era a mulher do próprio demônio. E o do que eles estavam falando? Não compreendia, mas agora finalmente eles haviam ido embora e o homem finalmente se voltava para ela. Os olhos de um azul acinzentados que beirava o branco na íris. O rosto angular de traços fortes e marcantes. Estava vestido elegantemente, a casaca negra caia sobre uma camisa num tom de vermelho sangue, presa no pescoço por uma espécie de camafeu em rubi e ouro. E ele lhe tomava a mão em um sorriso tão calmo que fazia o coração da jovem Vallerie Périer acalmar-se das batidas descompassadas.
- Mercy Monsieur.. – ela inclinava a cabeça tendo os cabelos negros a lhe caírem ainda mais pela face, desfazendo-se do coque já desarrumado. – Devo-lhe minha vida.
Ele sorriu mais uma vez aproximando-se, tomando as mãos que exalavam o cheiro ferruginoso do vitae daquela bela mulher e verificava os machucados, voltando a erguer os olhos para ela mais uma vez, deixando-os pousados na imensidão vivaz negra que ela possuía.
- Shhhh... – levou o indicador dos próprios lábios, aos lábios dela, num pedido que se silenciasse. – Não me agradeça mademoiselle.. não ainda... – os dedos soltavam-lhe os lábios e deslizavam pela palma da mão machucada, tocando o sangue que vertia dali em finos filetes rubros. – Sabes que não és bem vinda nesta cidade... não mais..
Os olhos negros perdiam-se numa tristeza infinita ao escutar aquelas palavras que ela sabia serem verdadeiras e meneou a cabeça afirmativamente sem desviar-lhe os olhos. E porque não conseguia desviar os olhos daquele homem?
- Sim eu sei, Monsieur.. – Partirei ainda esta noite de Dijon, temo apenas por minha mãe que já possui avançada idade, tentarei leva-la comigo. – Ela tomava a mão do homem tirando a palma dos dedos frios que a tocava e trazia as mãos frias daquele homem estranho aos lábios para um beijo em respeito. – agradeço novamente por ter me defendido Monsieur.. devo-lhe minha vida.. Como devo chamar o meu salvador?
Ele sorriu, sentindo os lábios quentes tocarem sua pele, e inclinava a cabeça para ver aquela mulher tão delicada e forte ao mesmo tempo lhe agradecer mais uma vez. Queria sua alma, queria seu vitae, queria seu viver. A queria para si, com todo o conhecimento de ervas que ela possuía, com todo o conhecimento nas artes, nos caminhos da mão direita e esquerda que Vallerie tinha adquirido durante toda a sua vida até aqueles doces e tenros 26 anos. Deixou que ela erguesse os olhos negros para fitar os seus e então perceber que não mais eram azuis acinzentados, mas num tom de vermelho sangue, tão intenso quanto a própria camisa que usava. E que dos lábios agora fluíam presas alvas como a luz da lua que caia sobre os cabelos dourados daquele homem. Vallerie teve apenas o tempo exato de entreabrir os lábios para um grito mudo e puxar as mãos com rapidez, levando-as para tapar os lábios. Então era isso? Era disso que a multidão havia fugido em desespero!? Os olhos observavam assustados enquanto aquele homem levava a ponta do indicador suja de seu próprio sangue aos lábios para prova-la.
- Pierre.. mas talvez seja mais coerente chamar-me de seu algoz, Mademoiselle..
Foram as ultimas palavras que pode escutar antes de ter o pescoço perfurado pelas presas do vampiro e de ter sua vida se esvaindo para os lábios daquele homem. Antes de se tornar para todo o sempre o que era durante os séculos que se passaram. Condessa Vallerie Debois.
Abriu os negros olhos novamente em direção ao mar. Querendo espantar de si mais uma vez aquelas lembranças que nada lhe trariam de útil. Vivera uma pós vida de amor e ódio por Pierre até que ele foi assassinado por hunters. E sempre houveram boatos de que fora a própria Vallerie quem forneceu a localização de Pierre. Mas a camarilla jamais conseguiu provas da traição da tremere, e com isso ela obtinha a posição que ele ocupava, tornando-se uma justicar a serviço do Príncipe Aleksander Alucard da França. Deixava o corpo sair da janela em um movimento gracioso, tendo a barra do vestido azul turquesa a arrastar no chão ao seu mover. Era hora de caçar. Era hora de acordar sua preguiçosa cria.


Contado pela Camarilla Francesa